O Nascimento de uma Mãe e a Morte de uma Mulher
Quando nasce uma mãe (meio que) morre uma mulher. Já não somos chamadas pelo nome próprio, nuuunca mais!
A partir do momento em que um bebé sai de dentro de nós já só somos tratadas por "mães" ou, na melhor das hipóteses "a mãe da/do X".
Toda a gente tem um palpite a dar nisto que toca a maternidade e toda a gente faz questão de o dar mesmo que não seja pedido.
No entanto nunca mais ninguém se vai preocupar connosco, apenas com o bebé. Mesmo que digamos que não dormimos nada ou que estamos cansadas, a resposta vai ser "coitadinho do bebé, o que tinha?".
Se o bebé chorar é porque tem fome ou porque não o andamos a tratar bem.
Nunca somos boas mães suficiente.
Há dias muito difíceis em que só apetece saltar do telhado.
Quem não passa 24h por dia a cuidar de um bebé, dar de mamar, mudar fraldas, pôr a arrotar, mudar a roupa, dar banho, decifrar o que o bebé tem quando chora horas seguidas, fazer massagem para acalmar as cólicas, pôr a dormir, e repetir isto vezes e vezes sem conta, não faz a mínima ideia da trabalheira que dá, do desgaste físico e emocional e do cansaço, porque, apesar de não parecer, continuamos a existir e também queremos, e precisamos, de, pelo menos, comer, dormir, tomar banho e fazer um xixi ali pelo meio.
Temos de ter "cuidado" para não educar mal o NOSSO filho. Não lhe dar demasiado colo, não lhe dar demasiada mama, não o deixar dormir demasiado, mas também tem de mamar bem e dormir bem para crescer. Se não crescer bem sabes de quem é a culpa? Claro.
Nunca fazemos nada bem, mesmo que se esteja a dar o melhor todos os dias.
Não nos podemos esquecer que antes do bebé já existíamos, mesmo que a maior parte das vezes pareça que foi assim desde sempre.
Um beijo e um abraço gigante a todas as mulheres, que são mães, mas já não têm nome próprio e que estão exaustas, mas ninguém repara ❤️
#póspartodacarol