Identidade Roubada de Chevy Stevens
Nunca li nenhum livro de raptos, muito menos imaginava ler tão cedo um contado pela narradora. Este Identidade Roubada de Chevy Stevens é exactamente assim.
Está disponível em inglês em Portugal, mas encontrei uma versão na internet em brasileiro.
A história é a seguinte, uma corretora de imóveis num dia normal de trabalho acaba raptada e levada por um desconhecido em pleno dia, para um local que ela não faz ideia onde fica mas que sabe que é nas montanhas. A mulher fica lá durante um ano, sem informações do exterior, a ser mal tratada, violada, agredida quase diariamente, mas também a passar momentos agradáveis, como os serões de leitura que a estimulavam. Se por um lado era terrível estar com o maníaco, como ela chamava ao raptor, por outro a certa altura começa a ter sentimentos por ele.
O livro está dividido em dois momentos, aquele em que conta a história da vida na casa da montanha e as idas à psicóloga onde conta os momentos presentes.
As descrições não muito extensivas mas absolutamente reais e em certos momentos dão vontade de chorar. Parece que queremos ajudar e não conseguimos. É super angustiante.
Os momentos passam mas a narradora e personagem principal da história continua a fazer relatos sofridos e que entristecem. Tanto ao nível dos seus sentimentos como das acções e reacções a tudo e a nada. Dá para perceber o que vai na cabeça dela em determinados momentos mas noutros parece tudo muito confuso.
No entanto nunca deixou de me entristecer. Senti necessidade e vontade de a ajudar. Queria mesmo fazer algo por ela, ajudar a mudar a vida dela, qualquer coisa. Dizer-lhe que estava tudo bem, que não precisava ter mais medo, mas infelizmente não podia.
AVISO: ALERTA SPOILER neste parágrafo
Se não quiseres saber um pouco mais do desenvolvimento da história passa para o parágrafo seguinte
A história dá algumas voltas e entretanto a vítima consegue matar o sequestrador/violador/agressor. Ela regressa a casa e tal, mas está tudo diferente. Ela não se consegue relacionar com ninguém para além da mãe e cadela Emma que ama. Nesse ano muita coisa aconteceu, talvez até entre o namorado e a melhor amiga. É muito complicado para ela porque tem de descobrir se de facto estes últimos se envolveram ou não, mas também tem de lidar com uma vida nova cheia de medos e manias adquiridas enquanto esteve sequestrada na montanha. Há também início de sentimentos pelo polícia que ajuda, ou seja, toda uma confusão na vida de Annie.
Se nos tentarmos colocar na visão dela percebemos que tudo que sente é normal. Os medos, ânsias, confusão mental, sentimentos,...
O final é totalmente inesperado e surpreendente!
Como disse foi o primeiro do género que li mas tenho outro em mente, e muito conhecido, que gostaria que passasse pelos meus olhos também. Mas talvez só daqui a algum tempo, para conseguir digerir bem este.